Psicoterapia Online funciona?
Antes de tudo, é importante deixar claro que as psicoterapias presenciais e online são processos que buscam ajudar o individuo que está passando por uma situação que possa estar causando dores e sofrimentos, traumas, questões de relacionamento, consigo mesmo e com outro com mundo.
A Terapia online é uma modalidade nova no Brasil, entrou em vigor em 14/11/2018 com a resolução 011/2018 do Conselho Federal de Psicologia, que passou a permitir o atendimento online sem restrição do número de sessões. Esse atendimento é realizado através da internet, por computador, celular, tablet ou similares, fazendo uso das ferramentas digitais de comunicação para realizar as sessões com o paciente.
As sessões online têm a mesma eficácia da psicoterapia presencial, acontece somente com o terapeuta e o paciente em uma plataforma online, por essa razão é indicado que ambos estejam em um lugar tranquilo, conectados a uma boa internet e usando fone de ouvido, para que assim tenham a menor chance de interrupções.
O grande diferencial da psicoterapia online é a comodidade ofertada ao paciente, pois ele pode ter suas sessões no conforto da sua casa, ao até mesmo dentro do carro no intervalo do trabalho, caso precise viajar ou mudar de cidade, isso também não será uma dificuldade para manter-se na psicoterapia. Outra beneficio que paciente poderá ter, é o ganho de tempo, pois não precisará se deslocar, nem se preocupar com transito e estacionamento, clima ou espera na recepção.
Por fim, um detalhe não menos importante, é a garantia do sigilo e a privacidade das conversas, bem como acontece nas sessões presenciais, de acordo com art. 9ª do código de ética do Conselho de Psicologia.
É possível fazer terapia cognitivo comportamental online?
Sim, a TCC tem grandes índices de resoluções de problemas, tanto presencial quanto online, por ser uma abordagem que utiliza ferramentas, estratégias e técnicas para que o paciente saiba lidar com as situações do dia. Conta também com sessões estruturadas, onde acontece o planejamento do processo terapêutico, o que faz a TCC ter uma abordagem mais objetiva e direta. A TCC tem como uma de suas prioridades a conquista da autonomia do paciente, o que nada impede o processo terapêutico aconteça de maneira remota.
Leia MaisO que é a Terapia Cognitivo Comportamental?
A Terapia Cognitiva Comportamental, também conhecida como TCC, surgiu em meados da década de 1950, quando o Dr. Beck, Professor de Psiquiatria da Universidade da Pennsylvania em Philadelphia, conduziu estudos empíricos para comprovar princípios psicanalíticos. Mediante seus estudos, Beck propôs “um modelo cognitivo de depressão”, com o passar do tempo, seus aspectos teóricos e aplicados, constitui-se um novo sistema de psicoterapia que hoje é conhecida como Terapia Cognitivo-Comportamental
A TCC é um sistema de psicoterapia que integra um modelo cognitivo de psicopatologia e um conjunto de técnicas e estratégias terapêuticas baseadas diretamente no modelo inicial criado por Beck. Ela tem como objetivo atingir a flexibilidade e ressignificação dos modos patológicos de processamento da informação, ou seja, acreditamos que a maneira como percebemos as situações influencia a forma como nos sentimos e nos comportamos.
Essa abordagem é bastante específica e clara, trata-se de um modelo bastante diretivo com sessões estruturadas, com foco em questões específicas, buscando realizar a reeducação cognitiva do paciente. Utilizamos técnicas de modificações de comportamentos, pois, dessa forma, o paciente aprende a treinar suas habilidades e consequentemente desenvolve novas formas de agir.
Atualmente já é possível encontrar na literatura evidências científicas de que essa modalidade de tratamento é eficaz para um grande número de patologias psiquiátricas e demandas psicológicas, sendo assim, o principal objetivo do Psicólogo Cognitivo Comportamental é que o paciente aprenda a fazer uso de ferramentas especificas que, de uma maneira efetiva, ajude-o a modificar seus padrões de comportamentos, pensamentos e sentimentos que estão trazendo prejuízo na sua qualidade de vida.
Leia MaisComo Enfrentar e Compreender o Luto?
Quando falamos em morte há enumeras formas de percebe – lá, entretanto, quando nos referimos ao luto, logo o associamos ao sentimento de tristeza. É necessário entendermos de que forma a pessoa está vivenciando esse processo, se faz importante também que a pessoa enlutada compreenda as mudanças psíquicas que estão envolvidas nesse momento, o que na maioria das vezes parece ser algo quase impossível de entender.
O processo do luto é único, intransferível e singular a cada ser humano, por mais que algumas pessoas tentem fugir desse sentimento (por ser algo tão doloroso), essa fuga torna o processo mais longo e difícil, pois carregamos os sentimentos por onde formos e ás lembranças sempre vem à tona quando menos esperamos.
Alguns dos sinais relacionados à perda de alguém querido mais comumente relatados em terapia são: os emocionais (tristeza profunda, culpa, ansiedade e solidão), os comportamentais (falta de concentração, choro, sonhos com a pessoa falecida, o apego ainda maior a objetos pertencentes ao falecido), os cognitivos (descrença, preocupações, alucinações e confusão mental) e os físicos (falta de ar, maior sensibilidade aos ruídos, falta de energia e despersonalização) (American Psychiatric Associatio).
É muito comum que as pessoas confundam o processo do luto com a depressão, pois o luto pode fazer com que o individuo sinta um imenso sofrimento, mas dificilmente chega ao ponto de uma pessoa enlutada desenvolver algum transtorno, a não ser que a mesma já tenha predisposição a doenças emocionais.
As dificuldades advindas do luto podem incapacitar e desorganizar a vida das pessoas enlutadas a ponto de não conseguirem lidar com tamanha tristeza (Basso & Wainer, 2011). É nesse momento que Terapia Cognitiva Comportamental pode ajudar o paciente a sair desse momento estressor, pode ajudá-lo a buscar novo sentido para sua vida e auxiliá-lo nas inúmeras mudanças que podem acontecer, principalmente nas áreas comportamentais, psicologias e fisiológicas.
Leia MaisQual a Importância da Psicoterapia na Adolescência?
A adolescência é conhecida por ser uma fase de grandes desafios, tanto para os pais quanto para os jovens que estão passando por essa ela, essa etapa é marcada por muitas mudanças nas áreas físicas, psíquicas, emocionais, entre outras. Nesse período em que os adolescentes estão sendo moldados para vida adulta, que eles ficam cheios de questionamentos, desejos e pensamentos que na maioria das vezes não conseguem solucionar sozinhos, sentem-se prontos para a vida adulta, mas ainda não tem maturidade para enfrentar as consequências. Esse é um período extremamente complexo.
Os adolescentes se encontram em um momento de reconstrução da identidade, para ajudá-los a lidar com os conflitos dessa fase, a terapia cognitivo-comportamental tem apresentado bons resultados, ela visa proporcionar um espaço de escuta sem julgamento, diálogo e acolhimento, auxiliando os jovens com acompanhamento profissional. Essas são as melhores formas de lidar com esse publico.
De acordo com um artigo da Universidade de Calgary, no Canadá, publicado no periódico JAMA Pediatrics, um em cada quatro jovens no planeta está enfrentando sintomas agudos de depressão, enquanto um em cinco tem sintomas fortes de ansiedade. As estimativas sugerem que esses problemas dobraram em crianças e adolescentes, na comparação com o período anterior à pandemia de Covid-19. Mas não para por ai, os jovens também apresentam muitos problemas com a autoestima, o que pode estar diretamente ligado com problemas emocionais. Fatores como bullying, cyberbullying, abusos físico, emocional, depressão, ansiedade, distúrbios alimentares e falta de apoio social, dentre outros, podem funcionar com molas propulsoras para comportamentos nocivos.
A terapia cognitivo-comportamental usa técnicas especificas para cada publico, sempre com foco no envolvimento do paciente. Tendo em vista que na maioria das vezes os jovens são levados a terapia contra sua própria vontade, a psicóloga procura criar um clima agradável, conquistar a confiança do paciente, para assim estabelecer o vinculo terapêutico.
Esse tipo de terapia já produziu melhoras em diversos quadros, como depressão, ansiedade, transtornos alimentares e abuso de substancias. Mais do que solucionar os conflitos, a TCC busca realizar uma reeducação cognitiva no paciente, buscando sempre levar qualidade de vida.
Leia MaisComo Identificar e Superar a Ansiedade?
Diante das grandes mudanças que o mundo vem passando, tais como a pressão social, o desejo de se enquadrar em um grupo especifico, a cultura imediatista, o desejo de quer tudo o mais rápido possível, entre outras questões, vem acarretando inúmeros transtornos mentais. Parece que estamos em uma era onde os tempos estão mudando e as pessoas não estão conseguindo ou não estão totalmente preparadas para acompanhar essas mudanças. O resultado disso tudo, como já falei anteriormente, é o grande aumento nos casos de transtornos, dentre eles, irei destacar a ansiedade.
Antes de ser vista como transtorno, temos que lembrar que a ansiedade é algo fisiológico, inerente ao ser humano, uma características primordial para nossa existência, que pode desempenhar um papel motivador na vida das pessoas e prepará-las para situações advindas. Ela é uma reação natural e necessária de auto prevenção que mobiliza recursos físicos e psicológicos, estabelecendo atitudes de defesa e ataque para enfrentar situações que ameacem ou desafiem o sujeito (Barlow, 2016).
Sendo assim, este sentimento estimula o indivíduo a entrar em ação, porém, em excesso, faz exatamente o contrário, impedindo as reações (Hales, Yudofsky & Gabbard, 2012). Como Por exemplo, vamos imaginar que você tenha que fazer uma prova amanhã ou entregar algum relatório no trabalho, mas você ainda não tem nada preparado ou não estudou nada, quais ou pensamento e sentimentos você começa a ter nessa situação? Alguns pensamentos podem ser: “não vou conseguir me preparar”, “não vai da tempo”, “porque não me preparei antes?” e diante desses pensamentos você pode começas a se sentir nervoso, com medo, não consegue se concentrar e não produz nada. Ou você pode simplesmente começar a estudar e/ou produzir o seu relatório. Trouxe um exemplo simples, mas que demonstra muito bem como uma pessoa pode reagir de maneira diferente a uma mesma situação. Em ambos os acontecimentos a pessoas do exemplo teve o sentimento de ansiedade, a diferença é que a primeira se enche de pensamentos negativos e paralisa, não conseguindo produzir nada e já a segunda tem a ansiedade como motivação para estudar/produzir e concluir o seu objetivo. Como você reagiria se passasse pela situação acima?
Tendo como base o exemplo acima podemos dizer de forma ilustrativa que existe a ansiedade boa que é aquela que nos motiva a realizar algo positivo e a ansiedade patológica, que seria caracterizada por percepções de incontrolabilidade e imprevisibilidade sobre eventos, onde o individuo passa a ter foco somente na sua resposta afetiva. Barlow (2016)
Segundo Castillo, Recondo, Asbahr e Manfrod (2002), os transtornos ansiosos são os quadros psiquiátricos mais comuns, tanto em crianças, quanto em adultos. Deste modo, dentre as abordagens terapêuticas existentes, uma das mais indicadas é a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que trabalha com o princípio de que a maneira como os indivíduos percebem e processam a realidade influenciará a maneira como eles se sentem e se comportam.
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